Conjunto do Marumbi – Fui oito vezes até aquele local, sendo que dessas, cinco subi até o topo e três fiquei pelo caminho.
Algumas delas ficaram marcadas por fatos interessantes.
Década de 1980; Naquele tempo eu trabalhava no Banco Bamerindus.
Junto com os colegas, combinamos em descer a serra no final de semana e escalar o pico Olimpo que é o ponto culminante do conjunto do Marumbi.
Em casa, convidei o Zeca que era o meu melhor amigo e que na época residia em Guaratuba, mas estava passando o final de semana na Capital.
Foi providencial convidá-lo, caso contrário teria que ir sozinho, pois quando embarcamos no trem não encontramos ninguém dos que haviam combinado.
Antes de embarcarmos
no trem; nos pesamos em uma balança de uma farmácia na Rodoferroviária.
Ambos pesávamos exatamente 58 quilos (que saudades!). Quando voltamos nos pesamos novamente na mesma balança, sendo que na mesma marcou exatamente dois quilos a menos.
Ambos pesávamos exatamente 58 quilos (que saudades!). Quando voltamos nos pesamos novamente na mesma balança, sendo que na mesma marcou exatamente dois quilos a menos.
Quando chegamos ao Marumbi, começamos a escalar junto com outros montanhistas. Em duas horas chegamos ao topo, pois escalamos com poucos minutos de descanso.
Extasiados, visualizamos as belezas do cenário que nos cercava, em um belo dia de inverno que mais parecia primavera pelo clima, flores e de um céu sem nuvens.
Ao oeste pudemos visualizar ao longe muitos prédios de Curitiba. Ao norte pudemos ver o pico Paraná que é o mais alto de nosso estado. Ao leste vimos o mar, Antonina, Morretes e logo abaixo, Porto de Cima que seria o próximo destino. Na estação do Marumbi nos informaram que naquela tarde não teria o trem que costumeiramente voltava para Curitiba, pois homens estariam trabalhando na ferrovia, devido ao descarrilamento de alguns vagões de um trem de carga entre a estação do Marumbi e Morretes.
Quando o vento gelado começou a esfriar os corpos suados e cansados, abrigamo-nos atrás de uma pedra para proteger-nos e adormecemos. Só acordamos cerca de 40 minutos após, quando começaram a chegar os outros montanhistas.
Depois de comermos alguma coisa, resolvemos acompanhar três rapazes que nos convidaram para descer pelo pico gigante. Falaram que a descida seria mais fácil e como era mais na direção de Porto de Cima, resolvemos acompanhá-los.
Doce ilusão, pois além de ser um trajeto mais difícil, levamos 3 horas e meia para descer.
Como o desgaste físico foi grande, sentimos fome e sede. Não foi um passeio planejado, pois pensamos em comprar alguma coisa para comer na estação, mas não existia lanchonete como imaginamos.
Na descida os rapazes que foram mais preparados ofereceram cerveja, pois havia acabado a água e mesmo não gostando de cerveja, essa desceu como água.
Quando chegamos à estação, vimos um tambor que parecia estar cheio de bananas assadas, mais quando chegamos perto, averiguamos que eram de bananas que não se desenvolveram e eram impróprias para o consumo e o tempo de maturação das mesmas ainda estava longe.
Descendo pelos trilhos em direção a Porto de Cima, enquanto cruzávamos um túnel longo, ouvimos ao longe o que parecia barulho de trem. Pensamos que seria impossível, pois tínhamos a informação que não passaria nenhum trem por aquele local naquela tarde. Mas como o barulho foi aumentando gradativamente tivemos certeza que não era só impressão, mas sim um trem de fato. Tropeçando corremos pelos dormentes, pois estávamos sem lanternas e no que chegamos ao outro lado, surgiu uma locomotiva que andava de marcha ré. Com sinais, pedimos carona para o maquinista, mas esse nos ignorou.
Continuamos a descida
enquanto o dia declinava, pois era inverno. Encontramos uma laranjeira com
apenas algumas frutas no alto; o Zeca conseguiu tirar uma e acompanhou os três
rapazes que sumiram no caminho estreito. Eu demorei mais para tirar uma e até
fiquei apreensivo, pois os quatros companheiros já haviam desaparecido na mata e
só o silêncio me acompanhava. Corri por um bom tempo até alcançá-los
novamente.
Chegamos ao povoado de Porto de Cima, quando os últimos raios do sol poente davam a última espiada na serra que logo adormeceria.
Cansados pela longa caminhada, os três rapazes resolveram esperar o ônibus para Curitiba ali mesmo. Eu e o Zeca resolvemos dar uma esticada até Morretes, apesar de já estar escuro. Para quem não conhece são mais sete quilômetros, sendo quatro quilômetros só de reta. Enquanto andava, o tênis do Zeca começou a machucar seu pé, visto que quando foi para Curitiba não levou e aquele era emprestado. Ofereci para que trocássemos de tênis, mas isto não resolveu, pois começamos a ficar com os pés machucados.
Resolvemos tirar os tênis e andar descalço, mas como o asfalto não era liso e sim cheio de pequenos pedregulhos sobressalentes começou a fazer bolhas na sola de nossos pés.
Pedimos carona para todos os carros que passavam, mas ninguém se arriscou a parar. Inclusive após a passagem de um deles, averiguamos que era uma rural da polícia militar que também passou direto.
Chegando finalmente em Morretes, compramos as últimas passagens disponíveis assentados para a viagem que logo se sucederia. Quando o ônibus chegou a Porto de Cima os três rapazes mais algumas pessoas tiveram que viajar em pé, mas de tão cansados que estavam alguns sentaram e até deitaram no corredor do ônibus.
Esse foi um dos
passeios inesquecível pela Serra do Mar.
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