Em julho
de 2012 o Emerson, meu sobrinho, recebeu novamente uma carga de livros para
levar até Feira de Santana, Queimados e Praia de Ipacaraí BA.
Como teria que dirigir aproximadamente 5000 quilômetros entre ida e volta, me convidou; que depois de negociar novamente com a direção do colégio onde trabalho me prontifiquei em acompanhá-lo.
Dessa vez, não saímos de madrugada e sim às 7:30 h do domingo, sendo que à semanas as chuvas castigavam a região sul e sudeste do território brasileiro; e esperávamos que essas fossem deslocadas para a Bahia, pois no sertão não chovia a meses.
O Emerson dirigiu até passar a capital de São Paulo, sendo que após eu assumi a direção, só que dessa vez após Belo Horizonte não fomos pela BR 116, mas sim por Montes Claros, onde o percurso aumenta em 45 quilômetros, mas por ser uma rodovia menos movimentada e também não tem serras e sim apenas cerrados o trânsito flui melhor.
Após pousarmos em um posto de gasolina, o Emerson dirigiu até Montes Claros, passando-me novamente a direção, sendo que dirigi até aproximadamente às 14 horas onde paramos para o almoço.
A estrada tem menos movimento, mas assim mesmo é perigosa. Por duas vezes em que eu ultrapassava carretas, essas sem sinalizar começaram também a ultrapassar outra que estava em sua frente, tive que jogar o furgão para o acostamento e ultrapassar as duas ao mesmo tempo.
Em diversos lugares tinha a placa “Devagar, trecho com alto índice de acidentes.”
Nessa viagem também vimos motoristas que fazem de seu instrumento de trabalho uma perigosa arma. Por um longo trecho rodamos atrás de um cegonheiro que fazia loucuras, pois em alta velocidade fazia ultrapassagens perigosas e em lugares proibidos.
Às vezes dava um frio na barriga, pois parecia que ia haver uma desastrosa colisão, mas rapidamente carros e caminhões que vinham do lado contrário saíam para o acostamento.
À
tardinha já perto de Vitória da Conquista, tivemos que esperar mais de uma hora
para que caminhões guinchos retirassem uma carreta que tinha virado na barroca
abaixo.
Lá pelas 22 horas paramos em um posto de gasolina para passar a noite, sendo que na madrugada seguinte, seguimos viagem chegando às 7h em Feira de Santana.
Os livros que eram para ser entregues em Queimados BA ficaram em Feira de Santana mesmo, economizando assim 400 quilômetros, sendo que às 8h já seguimos para Itaparica, onde entregamos os livros na Secretaria de Educação da referida cidade.
À tarde já estando livres para o retorno, atravessamos a baía de balsa até Salvador e voltamos para Feira de Santana por outro caminho.
Ficamos alegres pela chuva que caiu o dia inteiro, pois a terra estava seca e
precisava muito da tão abençoada água, sendo que lá pelas 22 horas paramos novamente em um posto de gasolina para o pernoite.
A carga do furgão já havia sido entregue, ficando no mesmo, apenas aproximadamente 100 quilos de alimentos e algumas roupas usadas que levamos, para ser doadas para moradores necessitados que residem na beira da estrada.
No local onde entregamos os mantimentos na viagem anterior não encontramos ninguém, pois na ida passamos de madrugada e na volta passamos à noite.
Eu que dormia da parte da frente do furgão, de madrugada levantei-me e conversando com o rapaz do posto, falei-lhes dos mantimentos e esse me informou de outras famílias que estavam passando mais necessidades a 60 quilômetros para frente.
Esse rapaz se chama Bernardo e entregou-me um folheto; assim descobrimos que professamos a mesma fé.
Ele também me contou de um grave acidente ocorrido no dia anterior perto de Jequié, onde foram envolvidos três carretas, um caminhão tanque, um ônibus e dois automóveis, tendo como consequência três carretas e um carro incendiado, onde além de várias pessoas feridas, seis morreram carbonizadas.
A rodovia ficou interditada nos dois lados da pista por mais de oito horas. A nossa sorte, é que no dia anterior passamos de madrugada pelo local, ou seja; antes do acidente.
Às 5h da manhã prosseguimos viagem e exatamente 60 quilômetros após, encontramos na beira da rodovia, as casas descritas pelo Bernardo e já encontramos as famílias, principalmente a do Sr. Romildo com sua esposa e filha.
Precisa ver com que alegria eles receberam os mantimentos e roupas. Ele até chorou e por diversas vezes elevou as mãos para o céu, dando graças à Deus.
Disse também que estuda a bíblia com algumas famílias a 12 quilômetros de distância e devido ao longo tempo de estiagem, essas estavam passando sérias necessidades; então ele sempre reparte o pouco que tem com eles.
Fato interessante foi que na noite anterior, o Emerson tinha orado a Deus pedindo que lhe encaminhasse a pessoa certa para entregar os referidos alimentos e coincidentemente o Sr. Romildo também tinha orado pedindo que de alguma forma Deus lhe concedesse suprimentos, para que pudesse repartir com aquelas famílias necessitadas.
Queira Deus, que algum dia possamos encontrar essa família novamente, bem como entrar naquela pequena igreja!
Depois desse maravilhoso encontro, prosseguimos viagem sendo que pousamos já perto de Belo Horizonte.
Na madrugada seguinte, com o Emerson na direção recomeçamos a viagem até passarmos pela capital mineira, sendo que após assumi a direção até chegar na cidade de São Paulo. Como a rodovia Fernão Dias é muito boa, o percurso de 480 quilômetros foi percorrido em aproximadamente 5 horas.
Em São Paulo o Emerson assumiu a direção novamente, sendo que o tempo que ganhamos no trajeto descrito anteriormente perdemos na capital paulista, visto que devido a um acidente, levamos três horas para transpor o rodoanel, tendo como consequência um congestionamento imenso que praticamente nos acompanhou até chegarmos em Curitiba.
Pensávamos em chegar às 18h e chegamos apenas 22h,
mas chegamos bem, graças ao Bom Deus.
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