Pedras preciosas - Achado não é roubado - História

Em 1970, época em que eu estudava, as aulas de artes industriais eram sempre as duas últimas. Ali os alunos aprendiam serviços de pinturas e molduras em vasos de porcelanas, barro e louça e também serviços de marcenaria.

Como eram muitos alunos, a classe foi dividida em duas turmas. Enquanto uma assistia às aulas, a outra tinha duas aulas vagas.

Quando eu estava de folga, explorava as dependências internas do colégio, principalmente quando as frutas estavam em processo de maturação.

Um dia em que a minha turma folgava, eu e meu colega Jairo, fomos a um pequeno riacho que atravessava ao fundo da propriedade do colégio e entramos na água, porque vimos ao fundo do mesmo, várias pedras coloridas.

Pensei que de uma hora para outra, ficamos milionários. Já pensava no que poderia comprar, depois de vendidas e divididas em duas partes iguais.

Nosso entusiasmo foi tanto que ajuntamos todas que podíamos carregar e até nos esquecemos do horário da saída do ônibus, sendo que chegamos quase uma hora depois que o mesmo havia partido.

Quando de bolsas cheias chegamos até o prédio central do colégio, encontramos a Raquel, que chegando em casa não encontrando seu irmão, voltou para buscá-lo de Kombi.

Eu peguei carona, mas junto com o Jairo levei uma ensaboada.

Guardamos as pedras na casa do Jairo, mas dois dias após ficamos decepcionados, pois as mesmas perderam todo o brilho, pois eram simples pedras do riacho.

Conforme Apocalipse 21 na Nova Terra, as pedras nunca perderão seu brilho, pois serão pedras preciosas mesmo. A Cidade, os muros e casas serão ornamentados com elas e também andaremos em ruas de ouro.

ACHADO NÃO É ROUBADO – Em uma tarde em que sozinho perambulava pelo bosque central do colégio e o vento soprava as folhas caídas das árvores, notei um papel verde rolando junto a elas.

Aquele papel chamou-me a atenção, porque a limpeza tanto interna como externa do colégio era bem feita; então não tinha papéis pelo chão ou pátio.

Corri de atrás e pisei em cima e meus olhos brilharam quando vi que era uma nota de Cr$ 500,00, o equivalente a R$ 5,00 de hoje.

O dinheiro não era muito, mas às 14 h para quem estava sem dinheiro e sem almoço foi o suficiente, pois fui até a mercearia do colégio, comprei uma crush média e um pacote de bolachas salgadas.

Com o troco, consegui permissão do responsável pela piscina para dar uns mergulhos, antes que chegassem as alunas, pois naquele dia a piscina era reservada para as moças.

PRESENTE PARA O DIRETOR – Certo dia em uma aula vaga, eu e meu colega Jairo achamos um enorme rato morto e resolvemos ser caridosos e ofertá-lo de presente.

Como não tínhamos papel de presente para embrulhá-lo, o Jairo pegou-o pelo rabo colocou-o dentro de um cartucho plástico e deixou-o na mesa do diretor.

Eu fui o olheiro e dei-lhe a devida cobertura para que a entrega fosse efetuada com sucesso.

Deu uma confusão tremenda, sendo que a direção tentou localizar os responsáveis, mas não foram bem sucedidos.

Devido às normas rígidas do colégio, caso fôssemos descobertos, o Jairo poderia ser suspenso e eu como era aluno bolsista poderia até ser expulso.