sábado, 5 de julho de 2014

Estrada da Graciosa - Ainda da pé! - História



Na noite do dia 31 de março de 2014 me deu uma vontade louca de descer novamente a serra, mesmo sabendo que a estrada estava interditada devido a dois deslizamentos; olhei para o céu estrelado e resolvi  no dia seguinte descer a pé por aquele paraíso que ainda resta na mata atlântica, principalmente porque sem o trânsito de automóveis seria um passeio bem mais agradável e seguro.


 Às 4h30m da madrugada me levantei e antes das 5 já estava no ponto de ônibus aguardando o Interbairros III que passou logo em seguida e assim fui até a Praça Rui Barbosa no ônibus Pinheirinho e corri até o terminal do Guadalupe para embarcar no ônibus das 6hs para Quatro Barras, pois sabia que o que faz a linha Ribeirão do Tigre que sairia às 6h45m e esse passaria a cinco quilômetros perto do segundo portal indo por Quatro Barras.


Chegando à referida cidade embarquei no referido ônibus que me levou até perto do portal e dali comecei a caminhada.

Depois que o ônibus retornou, comecei a desfrutar a paz do silêncio, visto que à medida que eu andava, os ruídos da civilização foram diminuindo até cessar por completo; ouvia-se apenas o gorjeio dos pássaros e outros sons da natureza.   


Decorrido uns dois quilômetros cheguei à entrada do trecho original da estrada da graciosa, onde passa pela casa de pedra e segui  por aquele caminho.


Naquele local já passei outras vezes, com meu irmão e com seu colega Carlos, o taxista, e sempre que passamos geralmente nos sábados à tarde, parávamos para desfrutar momentos revigorantes junto à natureza, mas neste dia foi mais gratificante, pois ainda era 7h30m e como eu estava só, silenciosamente comecei a andar naquele lindo bosque, pois é uma estrada estreita de saibro circundada de árvores por ambos os lados. 


Como tinha chovido no dia anterior, sentia-se o perfume das flores, das matas e também o frescor do dia e a estrada estava cheia de poças de água, sendo que via o reflexo da claridade do sol na cerração entre as árvores.


Vi também grandes borboletas que revoavam às vezes em duplas e às vezes só. Inclusive vi uma enorme de cor branca que à medida que voava deixava cair pequenas gotículas de água, pois pousara em alguma superfície molhada.
Vi também beija flores e outros pássaros, inclusive um enquanto voava passou a centímetros de minha orelha.


Por aquele trajeto caminhei por uma hora e meia, onde ajuntei cinco latas de cerveja que foram jogadas por adultos sem consciência, pois estamos vivendo em um mundo que está agonizando devido ao mau uso dos recursos naturais, deixando assim  uma desastrosa herança para seus filhos e netos, sendo que até chegar em Morretes ajuntei mais umas vinte, as quais entreguei para um menino vender. 


Encontrei também uma enorme teia de aranha que atravessava a estreita rua de um lado a outro e tive que me abaixar para não danificá-la e bem perto achei um araçazeiro carregado de frutos, que para mim foi gratificante, pois colhi muitos deles para meu desjejum, sendo que após achei à beira do caminho mais três pés, onde verifiquei que ali a flora e a fauna se desenvolvem harmonicamente.

A referida estrada era usada pelos tropeiros trazendo cargas do litoral para o planalto paranaense e conforme a história D. Pedro II e sua comitiva também passaram por ela. 


Exatamente às 9 horas saí do caminho secundário e comecei a descer pela rua asfaltada onde se podia ouvir melhor o trinado dos pássaros e estrilados das cigarras e grilos. 


Às vezes ouvia barulho que parecia de algum carro, mas quando atentava melhor percebia que era de um avião.



Durante a descida só passou por mim um carro e quatro motos e assim pude caminhar mais tranquilamente percebendo melhor a grandiosidade da criação de nosso Deus e percebendo o quanto somos pequenos diante das obras de Suas mãos; majestosas árvores, colinas exuberantes, miríades de flores, abundância e diversidade de pássaros e imponência das montanhas.


Vi também vários pássaros grandes de cor azul clara, que pensei serem as famosas gralhas azuis, um dos símbolos do Paraná. Vi também vários macacos que pulavam de galho em galho divertindo-se e procurando seu alimento.


Pena foi em observar os vários recantos que outrora, tanto em finais de semana como em dias normais sempre estavam cheios de carros e motos, onde pessoas lanchavam e compravam seus produtos. Agora estão todos fechados, inclusive no Recanto Grota Funda o quiosque estava depredado por vândalos.   
  

No Recanto Rio Cascata encontrei um pequeno cachorro abandonado tentando comer um plástico que creio que foi embrulhado algum alimento. Dei para ele a metade de meu pacote de bolacha e me arrependi de não ter dado a outra metade, visto que até ali pensava que teria que andar mais uns quinze quilômetros e nem tinha idéia que um pouco mais à frente conseguiria uma carona até perto de Morretes onde almocei.


Esse cachorro estava tão magro que se o chamasse de 100 gramas seria maximizar o porte físico dele, pois parecia mais 10 gramas, onde aparecia não só os ossos das costelas, mas também os do lombo e quadril. 


No outro recanto vi uma moradora da casa ao lado lançando ração em um pequeno tanque que fizera, onde pude ver muitos alevinos de tilápias.


Achei interessante porque o tanque não tinha uma nascente natural e a água chegava através de um cano direto das montanhas.


Finalmente cheguei ao local onde houve o desabamento da pista, gerando sérios transtornos não só para os turistas, mas principalmente para comerciantes e moradores da região.

O estrago foi bem maior do que se tem ideia, apenas olhando fotos e vídeos  e creio que vai demorar um pouco para arrumar,  devido a dificuldade de transportes de máquinas e materiais até o local.


Ali encontrei dois soldados da patrulha do litoral que estavam em visita ao local para ter uma ideia do prejuízo e dar informações mais exatas para moradores que volta e meia lhe perguntam.


Sabendo que eu ia a pé até São João da Graciosa e tentaria pegar ônibus até Morretes, gentilmente me ofereceram carona e chegando a São João da Graciosa, pararam em um mercado para comprar alguma coisa e em conversa com o dono do mesmo, tivemos uma noção maior dos prejuízos acarretados para os comerciantes e moradores da região, pois a subsistência da maior parte é o turismo.


Nesse mercado encontramos também o proprietário de uma lanchonete, onde por várias vezes em finais de semana eu, meu irmão e o Carlos, nosso amigo taxista, saboreamos os deliciosos pastéis de palmito e trazíamos também para casa, bem como outras mercadorias.


Nos disse que com o fechamento da estrada da graciosa, o comércio caiu quase 90% e a maioria dos moradores estão passando por sérias dificuldades. 
Nos disse também que fechou sua lanchonete, sendo obrigado a dispensar os funcionários e lembrou com saudades dos finais de semanas em que lanchamos em sua lanchonete.



Aí de brincadeira falei-lhe que para minha pessoa as coisas também não estavam fáceis, pois nos finais de semana descia de táxi e naquele dia tinha descido de camburão, tendo como consequência o sorriso dele e dos dois policiais. 

Como o destino dos patrulheiros era Antonina, me deixaram na confluência mais perto de Morretes e chegando na cidade após tirar umas fotos e almoçar, comprei passagem para voltar de trem, sendo que foi uma viagem gostosa que durou 3 horas, só que foi ofuscada um pouco devido a forte cerração que  predominou bem dizer na subida inteira da serra.

Cheguei na ferroviária às 18 horas, sendo que às 19hs já estava no colégio onde trabalhei até as 22h15m.
                                            

3 comentários:

  1. CRISTO VEM PREPARA-TE!

    LUCAS 21:25 e 26 – E haverá sinais no sol e na lua e nas estrelas; e na terra angústia das nações, em perplexidade pelo bramido do mar e das ondas. Homens desmaiando de terror, na expectação das coisas que sobrevirão ao mundo; porquanto as virtudes do céu serão abaladas.
    LUCAS 21:11 – E haverá em vários lugares grandes terremotos, e fomes e pestilências; haverá também coisas espantosas, e grandes sinais do céu.
    II TIMÓTEO 3:1 a 4 – Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos.
    Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te.
    MATEUS 24:14 – E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim.
    APOCALIPSE 1:7 – “Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até quantos o transpassaram. E todas as tribos da terra se lamentarão sobre Ele.”
    ISAÍAS 25:8 e 9 – Tragará a morte para sempre, e, assim, enxugará o Senhor Deus as lágrimas de todos os rostos, e tirará de toda a terra o opróbrio do seu povo, porque o Senhor falou.
    Naquele dia, se dirá: Eis que este é o nosso Deus, em quem esperávamos, e Ele nos salvará; este é o Senhor, a quem aguardávamos; na sua salvação exultaremos e nos alegraremos.

    APOCALIPSE 6:12 a 17 E, havendo aberto o sexto selo, olhei, e eis que houve um grande tremor de terra; e o sol tornou-se negro como saco de cilício, e a lua tornou-se como sangue;
    E as estrelas do céu caíram sobre a terra, como quando a figueira lança de si os seus figos verdes, abalada por um vento forte.
    E o céu retirou-se como um livro que se enrola; e todos os montes e ilhas foram removidos dos seus lugares.
    E os reis da terra, e os grandes, e os ricos, e os tribunos, e os poderosos, e todo o servo, e todo o livre, se esconderam nas cavernas e nas rochas das montanhas;
    E diziam aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós, e escondei-nos do rosto daquele que está assentado sobre o trono, e da ira do Cordeiro;
    Porque é vindo o grande dia da sua ira; e quem poderá subsistir.

    JOÃO 14:23 – Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar.
    E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também.

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  2. Opa, tudo bem?

    Estou querendo fazer esse trajeto a pé também, mas não sei como fazer. Que ônibus você pegou? Em qual ponto você desceu?

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  3. Lucas, como escrevi na história fui até Quatro Barras e peguei o ônibus que faz o itinerário Tigre que sai às 6h45m daquela cidade. Este ônibus vai até cinco quilômetros do portal.
    Só que agora conforme notícias, começaram a trabalhar onde houve o deslizamento e fecharam inclusive para o trânsito de pedestres.
    Mas é um passeio maravilhoso.

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