sábado, 5 de julho de 2014

Uma andorinha faz verão - História

  “Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque na sepultura, para onde tu vais, não há obra nem projeto, nem conhecimento, nem sabedoria alguma.”  Eclesiastes 9:10

Em 1995, quando eu trabalhava na mantenedora das Escolas da IASD, aos domingos saía com meu Del Rey, vender quadros em algumas cidades próximas da região metropolitana.

Algumas vezes levava minha mãe e irmãs, mas geralmente ia só.

Naquele ano, um dos alvos da IASD era evangelizar cidades onde não tinha 
presença de Adventistas, inclusive algumas próximas a região metropolitana.

Fiz planos de cada domingo visitar uma delas, até que fosse a todas.

Nas casas em que ia, após a oferta dos quadros entregava um folheto evangélico. Eu pensava: “Se não vender pelo menos fiz trabalho missionário.” Mas sempre Deus me abençoava, pois unia o útil ao agradável, pois além de entregar folhetos sempre vendia alguma coisa.

Naquele ano, eu fui à Agudos do Sul, Piem, Balsa Nova, Tijucas do Sul, Contenda, Mandirituba, Quitandinha, Bocaiúva do Sul e Tunas do Paraná.  Hoje em dia todas essas cidades possuem Igreja Adventista.

Em um domingo em Tijucas do Sul, eu entreguei folheto para um casal de idosos que vinham de uma igreja e continuei meu caminho. Algumas quadras após, encontrei esse casal novamente e eles falaram-me: - “Nós somos da Assembléia de Deus, mas temos certeza que vocês estão certos guardando o sábado bíblico.”

Outro domingo eu estava vendendo no bairro de Contenda em São José dos Pinhais, quando em uma chácara que não era cercada, eu ofereci na casa e antes de sair entreguei um folheto para o senhor.  

Ofereci em outra casa ao lado e quando voltei para o carro, o senhor da primeira casa estava sentado em um poço com o folheto nas mãos e estava chorando.

É que no folheto estava descrito a história do pequeno Mike; um aluno de uma escola primária nos EUA.

A escola pegou fogo e as crianças ficaram presas no primeiro andar, visto que a saída estava bloqueada pelas chamas.

Spencer um senhor forte que trabalhava nas redondezas, vendo a correria e a fumaça correu até o local. Como os bombeiros ainda não haviam chegado, ele resolveu ajudar as crianças que estavam amedrontadas com os rostos colados na janela.

Pediu que quebrassem a janela e pulassem que ele os ampararia com seus fortes braços e uma a uma as crianças foram pulando e ele as segurava, colocando-as em seguida no chão.

Todos se salvaram, menos um; o Mike que era o próprio filho de Spencer. Ele ia até a janela, espiava e voltava para trás.

Spencer já com lágrimas nos olhos e de braços estendidos suplicava: - Pule Mike!  Pule Mike! 

As crianças gritavam: Pule Mike! Pule Mike! Nós conseguimos e você conseguirá também!

A professora aflita gritava: Pule Mike!  Pule Mike! 

Mas o Mike relutante chegava à janela, espiava e voltava para trás; não pulou e acabou morrendo nas chamas.

Spencer nunca conseguiu entender qual o motivo que dera para que seu filho não pulasse em seus braços. Havia dado tudo que ele precisava; havia dado o sustento, havia dado proteção, havia dado carinho e amor, mas o Mike não aceitou.

Nessa história o editor faz uma alusão ao nosso mundo, que perdido à beira do abismo, pronto para ser devorado pelas chamas, se recusa a aceitar o último convite de misericórdia de nosso Criador e Redentor que fez tudo, até deu a vida de Seu Filho para resgatá-lo.


A decisão é pessoal. Qual será a sua decisão?

Em outra casa, fiquei sabendo que a esposa daquele senhor havia perecido queimada no celeiro de milho na semana anterior e esse era o motivo das lágrimas.

Em 1996 o Pastor Adalmiro, sabendo que eu fazia esse trabalho aos domingos, convidou-me para fazê-lo em São Mateus do Sul, que era uma das metas daquele ano, pois tinha aproximadamente 33 mil habitantes e ainda não tinha Igreja Adventista. Era plano da Associação Paranaense da IASD, fazer uma série de conferência naquela cidade alguns meses depois.

Fui  em uma quinta feira, feriado de Corpus Christi, tendo como meta vender 50 quadros e distribuir 1200 folhetos; 800 CRISTO VEM PREPARA-TE! e 400 LEMBRA-TE DO DIA DE SÁBADO. 

Meu plano era vender na quinta e sexta, no sábado apenas distribuir folhetos e se sobrasse venderia os quadros no domingo.

Fiquei hospedado na casa do Sr. Nadir (in memorian) que era tio da Eliza, a 
pedagoga do colégio em que eu trabalhava. 

Naquela quinta-feira à noite, notei que vendi poucos quadros e distribuiu menos de 200 folhetos e como começou a chover, orei pedindo ao Senhor que me abrisse as portas dos comércios, para que vendesse logo e tivesse mais tempo livre para entregar os folhetos.

Na sexta-feira até o meio dia, eu já vendera todos nas lojas e à tarde comecei a entregar os folhetos.

Como eu estava só e eram muitos os folhetos, só colocava nas caixas de correio, ou deixava preso no portão e seguia adiante. Só entregava pessoalmente, quando tinha alguma pessoa à vista ou no quintal.

Eu parava com o carro em uma esquina e a pé rodeava a quadra até chegar ao carro novamente.

Em uma rua, notei que tinha apenas duas casas e estavam meio distante de onde eu estava. Era um lugar onde estava começando um loteamento, pois após as casas terminava a rua e começava o mato.

De onde eu estava, notei que uma estava fechada e pensei em não ir até lá.  Mas alguma coisa me veio à mente para que fosse e subi no carro e fui.

Chegando à primeira casa, um senhor me atendeu e eu lhe entreguei um folheto. Fui até a outra que realmente estava fechada, mas como não era cercada, subi na área e coloquei um folheto por baixo da porta.

Ao voltar para o carro, a senhora que morava na primeira casa saiu ao encontro e me ofereceu um copo de limonada e ao mesmo tempo me perguntou: - “Você é um pastor?”  Respondi: “Não, eu estou apenas distribuindo folhetos!”  Aí, ela me falou: “Nós éramos uma  família unida, mas com a morte da mãe, os irmãos se estranharam, agora vivem brigando por causa da herança.”  E ela continuou: - “Em casa nós assistimos o programa Está Escrito da Igreja Adventista que é transmitido às 7h30m pela bandeirantes, mas antes assistimos o mesmo programa de madrugada pela antena parabólica.” 

Deixei outros folhetos e estudos bíblicos com o casal, pedi o endereço e prometi que brevemente, alguém da equipe de evangelismo iria visitá-los.

Chegando em Curitiba, entreguei o endereço para o pastor e mais tarde soube que esse casal foi batizado, fazendo parte dos primeiros membros da igreja que foi fundada naquela cidade.

O Sr. Nadir que era empresário e simpatizante da Igreja Adventista do Sétimo dia, foi quem cedeu o terreno e construiu a igreja naquela cidade e após doou tudo para a administração da IASD.

Em cada folheto que entregava, eu fazia uma marca com dois risquinhos no espaço destinado para pedidos de estudos bíblicos e ficava contente, quando na Associação a pessoa responsável pela recepção dos mesmos, me mostrava algum que foi entregue por mim. Eu lembro-me que veio respostas de Piem, de Balsa Nova e de Agudos do Sul.

Se você tem um objetivo a alcançar, vá em frente; vá à luta e nunca desanime. Por maiores que sejam as dificuldades, você nunca estará sozinho! 

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