Quando duvidamos - História

Gosto muito de ler e achei interessante e agora compartilho uma história escrita pelo pastor Rodolpho Belz em seu pequeno livro, “Quando tudo Falha”.

No livro ele transcreveu uma história relatada no Talmude, que mostra a importância de confiarmos completamente em Deus, mesmo em tempo de desgraça.

“ O rabino Okiba teve que abandonar a sua terra, por motivos particulares e assim andou por terras incultas e mesmo desertos. O rabino levava um candeeiro, para que produzisse luz a fim de cumprir com suas obrigações religiosas e estudar a lei. Também conduzia um galo que lhe servia de relógio despertador, visto necessitar saber a hora certa. Para não andar sempre a pé, ia montado em um burrinho. Assim chegou à cidade e foi procurar um lugar para repousar, mas foi tudo em vão. Ninguém desejava abrigar um desconhecido. Deslocado e triste o rabi afastou-se da cidade, amaldiçoando a falta de cortesia de tais habitantes que não procuravam fazer o bem para um estrangeiro.

 
Voltou ao mato e assentou-se debaixo de uma árvore. Ia anoitecendo e como quisesse fazer suas preces e estudar a lei, acendeu o candeeiro, mas um vento forte que repentinamente soprava apagou o candeeiro. O que fazer? Mas Deus sabe o que faz, e assim procurou dormir.

 
Durante a noite um lobo devorou o galo de Okiba, o que fazer? Mas Deus sabe o que faz. Um leão que se aproximou do rabino, vendo o burro ali, o devorou. O que fazer? Deus sabe o que faz, dizia Okiba.

Na manhã seguinte foi à vila para ver se arranjaria alguma coisa. Mas que horror, ali não estava ninguém! Encontrou o povoado em estado lastimável, tudo saqueado e muitos mortos. O que tinha acontecido? Ah! Uma tribo estranha durante a noite tinha dado o seu assalto e liquidado com aquela vila.

Então, pensou Okiba, Deus sabe o que faz. Se eu estivesse lá teria morrido, com os outros. Se tivesse tido o candeeiro aceso durante a noite, ter-me-iam achado e matado; se o galo tivesse vivido teria cantado e eu teria sido descoberto. O burro, se não tivesse morto pelo leão teria se revelado e assim a esta hora eu estaria entre os mortos. “Portanto, Deus sabe o que faz...”

Por que, por que, por que Deus permite isto? Dizem frequentemente os que enfrentam problemas difíceis. E realmente há momentos de perplexidades em nossa mente  finita, ao querer compreender a mente infinita, onisciente, presciente e onipotente de Deus. Talvez nunca consigamos compreender tudo a respeito, enquanto vivermos neste tabernáculo mortal, embotado pelo pecado; mas a Palavra de Deus nos dá vislumbres que nos mostram o compreensível para nós humanos.

 
Quando um cego de nascença foi curado por Jesus, os discípulos Lhe perguntaram o porquê desta criança ter nascido cega. Quem era o pecador culpado e Jesus respondeu simplesmente: “Foi para que se manifestem nele as obras de Deus”, e realmente assim foi. Deus afinal foi glorificado pelo grande milagre.

 
Quando Daniel foi lançado na cova dos leões, e os seus companheiros foram para o forno incandescente, foi para a grandeza de Deus, pois em todo o reino foi proclamado o poder de Deus. 

Quando o jovem José foi inocentemente aprisionado por Potifar, depois de ter sido vendido pelos próprios irmãos, foi para salvar um grande povo. Eles não viram as consequências desde o princípio, mas a presciência de Deus tudo encaminhou para o seu glorioso fim.

 
Quando a mãe diz ao filho que não deve subir numa árvore, porque pode cair, o filho deveria atender, para o seu próprio bem, mas se ele larga a mão da mãe e sobe numa árvore e cai, quebrando um braço, de quem é a culpa? 

Ora, do filho, porque pensava saber mais do que a mamãe. A mesma coisa acontece entre nós e o nosso Deus. Quando largamos a mão do Onipotente, procurando dirigir sozinhos os nossos negócios é que fracassamos, surgem os problemas, e ficamos aflitos. Largar a mão de Jesus é fazer coisas contrárias às ordens de nosso Deus, exaradas em Sua santa lei, os dez mandamentos, a norma de Deus na lida do homem entre ele e os semelhantes e entre ele e Deus.  

 
Ainda outro ponto importante é a compreensão de que Deus nunca manda o mal ao Seu filho. Na experiência de Jó notamos que um outro ser, o anjo rebelde dos Céus, sendo lançado na terra, onde conseguiu estabelecer o seu reino, na luta contra os princípios de Deus, procura causar toda espécie de males e então atribuir tudo a Deus, como se Deus fosse o autor da desgraça. Assim sendo, sabemos que há outro ser que trabalha com os seus anjos, que foram expulsos com ele dos céus e que hoje tenta o homem procurando afastá-lo de Deus, e uma vez apartado de Deus, o homem sofre as suas próprias consequências. Já Paulo nos adverte de que “não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas sim contra os principados... contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais [ou nos ares]”. 

Disse alguém: “Deus não conduz jamais Seus filhos de maneira diferente de que eles escolheriam se pudessem ver o fim desde o princípio e discernir a glória do propósito que estão realizando como Seus colaboradores.”

Portanto alma angustiada, não é Deus quem manda o mal, mas Ele permite que experimentemos andar sozinhos, depois de termos largado a Sua mão. Noutras vezes as consequências são para a glória e grandeza de Deus, ao ser por nosso meio demonstrado a outros como Deus é poderoso e amoroso, mesmo permitindo momentânea aflição. Quase sempre aparece porque deixamos os conselhos de Deus e aceitamos a liderança de nossas ações do anjo rebelde ou diabo. Foi assim a experiência do primeiro casal – Adão e Eva. Deus havia dito “não”; a serpente disse “sim, podes transgredir” e a quem servimos, dele somos escravos.

Oh! Se pudéssemos ver a profundeza do amor de Deus e compreender a malignidade de Satanás, porque segundo S.João: “O diabo desceu a vós, e tem grande ira, sabendo que já tem pouco tempo.”    

Por certo, Deus nunca envia o mal, mas permite que venha, quando voluntariamente largamos sua mão guiadora, deixamos de seguir Sua norma, os dez mandamentos, ou negamos submeter-nos aos Seus conselhos exarados no livro de Deus – a Santa Bíblia.

Se tudo falha, neste vale de vaidade, volte para Deus e verá que Ele não abandona Seus filhos.