O Mensageiro - História

Todo final de ano eu consigo com o amigo Valmor, que possui uma papelaria, o pequeno livro O MENSAGEIRO; editado pela AMB (Associação Menonita Beneficente).

Nesse pequeno livro de bolso, são relatados assuntos interessantes sobre vários temas; sobretudo sobre experiências espirituais. 

Abaixo transcrevo alguns que estão escrito no mensageiro de 2013:

Onde estás?  Era uma tarde quente de verão, quando Eduardo caminhava calmamente entre a vegetação fechada, escutando mais à frente os gritos roucos dos tucanos. Com os olhos fixos nas copas das árvores mal sabia onde pisava. Mais um passo e subitamente, sentiu o pé no vazio e lá se foi o menino, buraco adentro.

Era um poço abandonado. Atolado e no escuro, Eduardo começa a imaginar como sairá dali. Quanto mais esforço fazia mais se atolava. O medo chega e ele começa a gritar em vão; mamãe, mamãe, mãe.

À medida que o sol declinava a mãe começa a se preocupar, e sai à procura dele. Vai ao riacho, às pitangueiras, e nem sinal dele; chega junto ao mato vê vestígios de alguém que entrou ali.  E sem dar conta, quando percebe já está dentro da mata a chamar:

Dudu, Dudu, meu filho está me ouvindo? Segue adiante e vê os rastros, e a mãe continua a chamar. Já se passou uma hora ou mais em busca, quando de repente ouve a resposta desesperada: Aqui mamãe, caí num poço. Após ajudar o menino a sair, vão para casa.

Eduardo todo arranhado e sujo, mas ambos felizes, pois estão juntos e saudáveis.

Naquela noite a história bíblica foi sobre Gênesis 3:9, com ênfase no verso nove: “E chamou o Senhor Deus ao homem e perguntou: Adão onde estás“?

A mãe explicou ao menino que não podemos perder o foco de nossa caminhada, que precisamos manter os olhos fixos nos ensinamentos da palavra de Deus e não nos desviar deles. E você?

Adão, Valdir, Jorge, Noemi, Priscila, Eduardo, Jéssica, etc. ... Onde vocês estão? Estão atolados na lama do pecado ou seguindo os passos de Jesus rumo à vida gloriosa no céu?

Hoje é dia de salvação, ouçam a voz do Mestre a chamar.

 “O anjo do SENHOR acampa-se ao redor dos que o temem, e os livra”.   Salmos 34:7

MILAGRE QUE ACONTECEU – A grande guerra estava terminando. Um grupo de soldados alemães estava cercado pelo inimigo numa floresta. A única possibilidade de escapar da prisão ou da morte seria passar por um pantanal muito perigoso. Eles estavam num beco sem saída. O batalhão estava desanimado e desesperado. Entre eles havia um soldado que costuma ler sua Bíblia.

Os companheiros se riam dele e o desprezavam pela sua fé em Deus. Neste desespero, porém que assolava a todos, alguns disseram: “Agora leia a sua Bíblia e ore a seu Deus para ver se Ele pode nos socorrer”.

E lá se foi o soldado fiel, falar com o seu Deus. Após pouco tempo, ele voltou em companhia de mais um homem fardado, apresentando-se ao capitão e explicou:

“Este homem sabe o trilho clandestino pelo pantanal, que poderá nos salvar”.

O capitão ordenou aos soldados que o seguissem em fila, um atrás do outro.

Quando todos estavam fora do pantanal, o capitão quis agradecer ao soldado que lhes salvara a vida.

O soldado desconhecido, porém tinha desaparecido...

Estimado leitor; já ouviu falar de anjos que Deus manda para socorrer os seus?

“Eis que estou convosco todos os dias até a consumação do século”.  Mateus 28:20 

FIM DOS TEMPOS – Com as calamidades de toda sorte aumentando, desde temporais, enchentes, estiagens e terremotos se sucedendo na natureza do nosso planeta terra; com o surgimento de epidemias novas e antigas; com a decadência causada pela imoralidade humana; com o constante crescimento da violência; com o aviltamento de corruptores e dos corruptos na área política, ouvimos com frequência a frase: Fim dos tempos.

Por outro lado vivemos num tempo em que a ciência se multiplica. O que seria o nosso mundo hoje sem o computador? Sem a telefonia celular? Sem os veículos motorizados que navegam pelos rios e mares, pelo ares e que congestionam nossas ruas, avenidas e estradas? Mas isto também é tido como um sinal do fim dos tempos. Esta multiplicação da ciência até foi prevista pelo profeta Daniel. “No fim dos tempos a ciência se multiplicará” (Daniel 12:4).

Muitas das revelações do livro de Apocalipse são respostas das profecias do livro de Daniel.

E o que dizer dessa avalanche de misteriosos pregadores que arrebatam multidões em estágios e em programas de televisão, sendo que a maior parte deles prega sobre a teoria da prosperidade? Estamos diante de consagrados servos de Deus, ou estamos diante de falsos mestres? Em Mateus 24:14 Jesus nos alertou que os dois tipos haveriam de estar em evidência no tempo do fim.

Mas, fim dos tempos há de ser o prenúncio da volta de Cristo. Prepare-se. Ele voltará Reis dos reis e Senhor dos senhores.

ALEGORIAS - AS FERRAMENTAS – Conta-se que numa carpintaria, certa vez, houve uma estranha assembleia. Foi uma reunião das ferramentas para discutir as suas diferenças. O martelo exerceu a presidência, mas os demais participantes lhe notificaram que teria que renunciar. A causa? Fazia demasiado barulho e vivia o tempo todo golpeando. O martelo aceitou sua culpa, mas pediu que o parafuso também fosse expulso, dizendo:

“Ele dá muitas voltas para dizer o que deseja”.

O parafuso concordou, mas pediu que a lixa também fosse expulsa, alegando que ela era muito áspera no tratamento com os demais, sempre entrando em atrito com todos. A lixa aceitou, mas com a condição de expulsarem o metro, pois ele se acha o senhor certinho; mede os outros segundo a sua medida, como se fosse o único perfeito.

Antes de a reunião terminar, entrou o carpinteiro, juntou todas as suas ferramentas e iniciou o seu trabalho. Pegou umas madeiras bastante rústicas e, com ajuda do martelo, da lixa, do metro, do parafuso e de outras ferramentas, fez daquela madeira feia, lindos e finos móveis. Logo depois, fechou a carpintaria e foi embora.

Reabriu-se então a assembleia, até que um velho serrote já bem usado, emocionado com lágrimas nos olhos, disse:  “Senhores, hoje ficou demonstrado que temos defeitos, mas o marceneiro trabalha com nossas qualidades, ressaltando nossos pontos valiosos”... Portanto, em vez de pensar em nossas fraquezas, devemos nos concentrar em nossos pontos positivos!

Então, a assembleia entendeu que o martelo batia forte, mas era necessário para moldar a madeira, o parafuso unia e dava força, a lixa era especial para limpar a afinar asperezas, o metro era preciso e exato.

Todos se sentiram como parte de uma equipe, capaz de produzir com qualidade... E uma grande alegria tomou conta de todos pela oportunidade de trabalharem juntos.

Em todas as instituições, empresas, faculdades ou colégios, temos todos os tipos de pessoas.

Cada membro deve respeitar a individualidade de cada um e dar valor aos pontos valiosos e não focar em seus defeitos; só assim farão parte de uma equipe bem sucedida.

Assim como o martelo bate forte e faz muito barulho, algumas pessoas querem falar mais alto; por assim dizer querem “ganhar no grito”.

Não é o recomendável, isto faz recordar a história da carroça.

 
Conta-se que em certa manhã, um pai muito sábio, convidou seu filho para dar um passeio no bosque.

Enquanto andava por uma clareira ele se deteve e depois de um pequeno silêncio perguntou: Além do cantar dos pássaros, você está ouvindo mais alguma coisa? 

O filho apurou os ouvidos alguns segundos e respondeu: Estou ouvindo o barulho de uma carroça.

Isso mesmo, disse o pai, é uma carroça vazia.

O filho então perguntou: Como pode saber que a carroça está vazia, se ainda não a vimos?

Ora, respondeu o pai. É muito fácil saber que uma carroça está vazia por causa do barulho. Quanto mais vazia a carroça maior é o barulho que faz.

Sempre que se ouve alguém falando demais ou gritando no sentido de intimidar, tratando o próximo com grosseria, interrompendo a conversa dos outros, querendo demonstrar que é a dona da razão e da verdade absoluta, lembre-se da instrução desse velho pai: “Quanto mais vazia a carroça, mas barulho ela faz...”

“...sejam todos prontos para ouvir, tardios para falar e tardios para irar-se” Tiago 1:19

CACHORRO VELHO - Uma velha senhora foi para um safári na África e levou seu velho vira-lata com ela.

Um dia, caçando borboletas, o velho cão, de repente, deu-se conta de que estava perdido.

Vagando a esmo, procurando o caminho de volta, o velho cão percebe que um jovem leopardo o viu e caminha em sua direção, com intenção de conseguir um bom almoço ...

O cachorro velho pensa: - “Oh, oh! Estou mesmo enrascado! Olhou à volta e viu ossos espalhados no chão por perto. Em vez de apavorar-se mais ainda, o velho cão ajeita-se junto ao osso mais próximo, e começa a roê-lo, dando as costas ao predador ...

Quando o leopardo estava a ponto de dar o bote, o velho cachorro exclama bem alto: - Cara, este leopardo estava delicioso! Será que há outros por aí?
Ouvindo isso, o jovem leopardo, com um arrepio de terror, suspende seu ataque, já quase começado, e se esgueira na direção das árvores.

 
- Caramba! pensa o leopardo, essa foi por pouco ! O velho vira-lata quase me pega!

 
Um macaco, numa árvore ali perto, viu toda a cena e logo imaginou como fazer bom uso do que vira: em troca de proteção para si, informaria ao predador que o vira-lata não havia comido leopardo algum...

E assim foi rápido, em direção ao leopardo. Mas o velho cachorro o vê correndo na direção do predador em grande velocidade, e pensa:

- Aí tem coisa!

O macaco logo alcança o felino, cochicha-lhe o que interessa e faz um acordo com o leopardo.

O jovem leopardo fica furioso por ter sido feito de bobo, e diz: -'Aí, macaco! Suba nas minhas costas para você ver o que acontece com aquele cachorro abusado!'
 
Agora, o velho cachorro vê um leopardo furioso, vindo em sua direção, com um macaco nas costas, e pensa:

- E agora, o que é que eu posso fazer?

Mas, em vez de correr ( sabe que suas pernas doídas não o levariam longe...) o cachorro senta, mais uma vez dando costas aos agressores, e fazendo de conta que ainda não os viu, e quando estavam perto o bastante para ouvi-lo, o velho cão diz:
 
- 'Cadê o safado daquele macaco? Tô morrendo de fome! Ele disse que ia trazer outro leopardo para mim e  não chega nunca! '

 
Moral da história: não mexa com cachorro velho... idade e habilidade se sobrepõem à juventude e intriga.

Sabedoria só vem com idade e experiência.

O MESTRE - Um mestre do Oriente viu quando um escorpião estava se afogando e decidiu tirá-lo da água, mas quando o fez, o escorpião o picou. Pela reação de dor, o mestre o soltou e o animal caiu de novo na água e estava se afogando. O mestre tentou tirá-lo novamente e outra vez o animal o picou. Alguém que estava observando se aproximou do mestre e lhe disse:

-Desculpe-me, mas você é teimoso! Não entende que todas as vezes que tentar tirá-lo da água ele irá picá-lo? O mestre respondeu:

- A natureza do escorpião é picar, e isto não vai mudar a minha, que é ajudar.
Então, com a ajuda de uma folha, o mestre tirou o escorpião da água e salvou sua vida, e continuou:

 
- Não mude sua natureza se alguém te faz algum mal; apenas tome precauções. Alguns perseguem a felicidade, outros a criam. Quando a vida te apresentar mil razões para chorar, mostre- lhe que tens mil e uma razões pelas quais sorrir.
 
- Preocupe-se mais com sua consciência do que com sua reputação. Porque sua consciência é o que você é, e sua reputação é o que os outros pensam de você.
 
- E o que os outros pensam...... é problema deles."

O BURRO - Certo dia, o burro de um aldeão caiu num poço. O animal fartou-se de zurrar; zurrou tão fortemente durante horas e horas que o dono inquieto por não conseguir tirá-lo sozinho, resolveu ir procurar ajuda para o retirar.

Não a encontrando, acabou por decidir que, sendo o burro já velho e estando o poço seco, o melhor que tinha a fazer era sacrificar o burro. Tapava o poço e o burro ficava lá enterrado.

O aldeão pegou numa pá e começou a atirar terra para dentro do poço. 
 O burro, que não era tão burro assim, não demorou a perceber o que estava acontecendo e começou a zurrar mais desesperadamente.
 Mas, pouco depois, e para surpresa do aldeão calou-se, e o único som que se ouvia era o som das pazadas de terra a cair.

Pensando que o burro estava morto, o aldeão, olhando para o fundo do poço, não pode esconder o seu espanto ao ver o que o burro estava a fazer. O animal de cada vez que caía uma pá de terra, sacudia-a para trás das suas costas e dava mais um passo para cima dela.

A realidade é que rapidamente, pazada atrás de pazada, o aldeão, viu com os seus próprios olhos, como o burro chegou à boca do poço, saltou por cima e aí vai ele a caminho do seu pasto.

A exemplo da história do burro, a “vida” vai-nos atirar muita terra para cima, e terra de todos os gêneros, até parecer que estamos no fundo de um poço, onde a escuridão nos abafa e nos paralisa.

O que temos de fazer é não desistir nunca. Se olharmos para cima, a luz está lá para nos encorajar e dar direção. Para sairmos “do poço”, temos que sacudir “toda a terra” e usá-la para darmos um passo de cada vez, sempre em direção à luz que vem de cima.

Cada um dos nossos problemas é apenas a oportunidade de construirmos um degrau para subir, e continuar a subir até estarmos a salvo. Não vale de nada nos fazer de vitimas. Antes, temos que ser responsáveis e usar a terra que nos foi atirada, para subirmos, degrau a degrau, com rumo, em direção a tudo o que temos direito
 
" Procuremos acender uma vela, em vez de amaldiçoar toda a escuridão"