Pico do marumbi - História

PICO DO MARUMBI – É mais conhecido como Pico Marumbi, mas o nome correto é Olimpo, pois Marumbi é o nome de todo o conjunto. Sua altitude é de 1539 metros, sendo o 4° em altura no Paraná, perdendo apenas para o Morro do Leão que tem 1564 metros, para o Pico Caratuva que tem 1860 metros e finalmente para o Pico Paraná que tem 1877 de altitude.

Nesse pico já fui oito vezes, sendo que cinco, fui até o seu ponto culminante. 

É uma subida desgastante, mas é recompensada com a magnífica visão que se deslumbra lá do alto.

A primeira vez fui quando tinha 16 anos (muitas décadas atrás...); fui em uma excursão com os jovens da Igreja Adventista do Portão.

Como não conhecia quase ninguém da turma, pois fui de abelhudo, não tomei informações sobre os suprimentos que deveria levar, pois pensava em comprar alguma coisa para comer na estação; mas nessa só vendiam as passagens. 

Foi um dia quente e ensolarado, então o desgaste físico foi grande e na subida  como estava de mãos vazias, ajudei a levar a mochila de lanches de uma moça que se chamava Rosane; mas como ela subia devagar com outros acompanhantes, aos poucos fui me distanciando e quando estava quase chegando ao topo entreguei a mochila para colegas da moça que haviam desistido de alcançar o alvo e começavam a descida.

Passado quase uma hora, ela também chegou ao alto do pico e todos começaram a lanchar e eu que não havia levado nada, fiquei apenas olhando as paisagens e disfarçadamente com “os olhos brancos”  notava  a fartura ao redor que a maioria tinha de sobra e pensava: “Bem que eu poderia aliviar o peso da mochila deste pessoal, pois muitos não irão comer nem a metade do que trouxeram.”

Como tinha vergonha de pedir, fiquei disfarçando e ninguém notou que eu não estava comendo nada e assim fiquei até o horário da descida.

Só que um pouco antes, para que não ficasse de olho gordo olhando os outros comerem, resolvi explorar algumas picadas do outro lado do pico.

Ao colocar as mãos em duas pedras para apoiar-me para pular no carreiro mais abaixo, uma das mãos tocou em alguma coisa mole e gosmenta, e era aquilo mesmo; ... excremento humano!  O pior é que não apenas esbarrei, mas enchi a mão; fiquei com aquela coisa nojenta incrustada entre os dedos. 

Alguém; talvez no dia anterior, defecou bem na beira do caminho e o pior era que eu não tinha água para lavar.  Então esfreguei a mão na terra, mas aquele mau cheiro me acompanhou durante toda a descida.

Devido à situação, desci um pouco na frente do grupo para lavar as mãos e sozinho na trilha, constantemente ouvia o barulho das águas do riacho que corria entre as pedras e ficava ansioso por chegar nesse, para lavar as mãos e também hidratar o corpo, que no momento já reclamava a falta de líquido e também de alimento sólido para repor as energias perdidas.

 
Só encontrei o riacho quase no final da descida, pois o curso do riacho é quase que paralelo à trilha.

Naquele dia, durante aquela odisseia, comi apenas quatro bolachas de sal e bebi um copo de água.

As três vezes que fui até o Conjunto Marumbi e não subi até o topo, foi porque fui  acompanhado;

A primeira fui com uma namoradinha, só que essa levou sua amiga que subiu junto com outro colega e pelo fato da segunda ser mais gordinha, não conseguimos chegar ao topo, mas também nem valeria à pena, pois o dia estava completamente fechado, pois ao subirmos quando olhávamos para baixo só víamos cerração.

A segunda vez fui com outra colega e também não subimos, pois ela trabalhava em uma loja e não praticava esportes, então cansou-se muito rápido.

Mas nesse dia o passeio foi bem proveitoso, principalmente para tirar fotos, pois o dia estava deslumbrante.

 
Já que ela não conseguia subir, convidei-a para descer e assim formos descendo; primeiro até a base de onde tínhamos começado a caminhada, depois cortando a serra pela picada até a estação Engenheiro Lange; e após pela pequena estrada da prainha até o povoado de Porto de Cima.

Na descida encontramos uma pequena cobra e matei-a com pedradas, fato que me arrependo até hoje, pois ela estava quieta em seu habitat natural e pelo visto não era venenosa.

Poderíamos voltar de ônibus, mas já perto do povoado olhando à direita, visualizamos as belezas da serra ensolarada com seus majestosos picos elevando-se em direção ao céu, não resistimos e resolvemos subir novamente até a estação de Porto de Cima e voltar de trem.

O problema era que já cansados da longa jornada subíamos pela trilha, mas nunca chegávamos ao destino final e já estava quase na hora do trem chegar à estação.

Por várias vezes puxei-a pela mão para que ela corresse um pouco para não perdermos o trem.

Suados, chegamos à estação e já ouvíamos o barulho da locomotiva que resfolegava serra acima, chegando dali alguns minutos.

O que me lembro bem, foi que antes de chegar na estação Véu de Noiva, o comboio ficou alguns minutos parado, aguardando em um desvio a passagem de outro trem que descia e a maioria dos passageiros (muitos cansados), absortos em seus pensamentos, silenciosamente admiravam as maravilhas criadas pelas mãos de nosso Deus.

  Quando a Terra saiu das mãos de seu Criador, era extraordinariamente bela. Variada era a sua superfície, contendo montanhas, colinas e planícies, entrecortadas por majestosos rios e formosos lagos; as colinas e montanhas, entretanto, não eram abruptas e escabrosas, tendo em grande quantidade tremendos despenhadeiros e medonhos abismos como hoje elas são; as arestas agudas e ásperas do pétreo arcabouço da terra estavam sepultadas por sob o solo fértil, que por toda parte produzia um pujante crescimento de vegetação. Não havia asquerosos pântanos nem áridos desertos. Graciosos arbustos e delicadas flores saudavam a vista aonde quer que esta se volva. As elevações estavam coroadas de árvores mais majestosas do que qualquer que hoje exista. O ar, incontaminado por miasmas perniciosos, era puro e saudável. A paisagem toda sobrepujava em beleza os terrenos ornamentados do mais soberbo palácio. A hoste angélica olhava este cenário com deleite, e regozijava-se com as obras maravilhosas de Deus. 

O Apóstolo Paulo teve uma visão daquele lar e escreveu em I Corinthios 2:9:  “As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, E não subiram ao coração do homem, São as que Deus preparou para os que o amam.”

Vale a pena se preparar para ir para aquele Lar.

 
A terceira vez que fui ao Conjunto Marumbi e não subi; fui com uma prima e mais uma colega dela que estudava na mesma classe.

Naquele final de semana elas queriam escalar o pico então me convidaram, pois eu já conhecia o local.

Chegando à estação do pico do Marumbi, vi que não seria fácil, pois já no início da caminhada as duas estavam com a língua para fora. Isto aliado ao fato de que minha prima na infância teve um problema de começo de paralisia infantil, então ela mancava. 

Como estavam tendo dificuldades para subir, propus-lhes descer a estrada da prainha até Porto de Cima e elas aceitaram, pois na maior parte só seria descida.

 
Depois de algumas horas, cansados chegamos até o povoado e eu acampei as margens do rio Nhundiaquara, onde passei a noite e voltei para Curitiba no dia seguinte.

As duas foram até Morretes para se encontrar com outros colegas e assim seguimos caminhos diferentes.

O que marcou nessa aventura, foi a vista do Conjunto do Marumbi olhada daquele local, pois realmente é muito lindo.