sábado, 5 de julho de 2014

Segunda chácara - História

Por essa, dei um Passat e meu irmão deu um televisor e um computador. 

Localizava-se no município de Quatro Barras, na antiga estrada da graciosa, sendo que uns sete quilômetros após o povoado entravam em uma rua menor à direita e cheio de curvas, de onde prosseguia por mais uns quatro quilômetros. Sua localização Já era no pé da serra.

Um pequeno riacho era a divisa da frente, sendo que a estrada de passagem era entre a cerca e o rio. Media mais ou menos 54 metros de frente por 700 de fundos, perfazendo um total de 38.000 metros quadrados; uma verdadeira linguiça. O problema era que não tinha luz e sequer água de poço. A água para consumo era trazida do riacho ou do poço de um vizinho.

Quando fomos pela primeira vez olhar a propriedade, em uma curva acentuada uma vaca que pastava no barranco, assustou-se com a presença do carro e veio deslizando barranco abaixo quase caindo sobre o capô do mesmo. 

Nessa chácara só foram morar o Sr. Wilson e a esposa, sendo que a cada final de semana um dos irmãos ia visitá-los e levar os suprimentos básicos.

Nela ficaram mais ou menos um ano e também o Sr. Wilson e esposa sentiram vontade de voltar para sua casa em Curitiba, pois nessa todo final de semana enche a casa de familiares por serem numerosos e na chácara ia um ou outro filho, aliado ao fato de ter de andar quilômetros para pegar um ônibus em caso de necessidade.

Mais tarde comprei a parte do Samuel e demorei um tempão para vender a chácara.  Saudades dela só das morangas e caquis que davam em abundância.


MAIS DE 100 QUILÔMETROS EM UMA MARCHA - A chácara citada na história anterior, distava 58 quilômetros de Curitiba e certo domingo fui com meu colega Labib de bicicleta até à mesma.

Eu morava no bairro do Portão e o Labib no Tarumã; então ele ficou me esperando no viaduto da Br 116 no Tarumã.

Interessante que eu tinha comprado uma bicicleta nova de 21 marchas, mas como não sabia manuseá-las, pois nunca tinha andado em uma, naquele dia pedalei mais de 100 km em apenas uma marcha meio pesada. O colega foi com uma bicicleta mais velha, mas também deveria me dar umas dicas de como usá-la.

No Atuba pegamos a antiga estrada da graciosa e fomos até Quatro Barras, sendo que lá compramos mais alguns suprimentos para o caminho.

Já na chácara após nos alimentarmos, pedimos permissão para o vizinho para pescar em seu tanque.  Ele deixou, mas falou para apanhar o suficiente para uma cozinhada, pois aqueles peixes cresceriam mais ainda.

Eu e o Labib nos entusiasmamos com a quantidade de peixes que estávamos pescando e nos esquecemos da recomendação do dono, até que o vimos descendo o morro. Apressadamente colocamos os peixes nas mochilas, mas esses começaram a se debater dentro delas e até parecia que as mochilas estavam vivas.


Nem bem saí da chácara, comecei a sentir o cansaço físico e foi com dificuldades que consegui chegar até a cidade de Quatro Barras.

Já com muita fome, eu pensava em alugar uma Kombi para trazer as bicicletas até Curitiba, mas isso estava fora de questão por falta de verbas. 

Então procuramos algum armazém para comprar alguma coisa para comer, mas o comércio estava todo fechado. Finalmente achamos um bar no porão de uma casa onde havia alguns homens jogando sinuca e ali compramos uns salgados e um refrigerante para cada um, o que forneceu energia para chegarmos até Curitiba.

A minha bicicleta era nova, mas começou a sair o pedal do lado esquerdo.  A cada 300 metros, tinha que parar para apertar o pedal. Esse fato se repetiu várias vezes, até que chegamos ao bairro do Atuba.

Ali nos separamos e eu torci para que não caísse mais o pedal, pois as ferramentas estavam com o colega.  Tive sorte, porque o pedal só caiu quando faltava apenas uma quadra para chegar em casa que era no bairro do Portão.



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