sábado, 5 de julho de 2014

Motorista meia roda - História

Quando encerrei as atividades em uma Rede de Escolas Particulares, onde havia trabalhado por 12 longos anos, comprei um caminhão basculante, já envelhecido pelo uso.

Eu pensava: “Um caminhão basculante até que é bom, pois não preciso nem fazer forças; é só puxar uma alavanca que as pedras, terra ou areia escorregam para o lugar em que você deseja.”  Puro engano:   Não avaliei os contras, até que caí na real meses depois, quando estava às 9 h. da manhã em plena Rua Visconde de Guarapuava, para descarregar uma carga de terra.  O  caminhão ficou atravessado na pista, mas não podia descarregar  porque os fios de luz eram bem baixos. Os carros buzinavam, a agente da Diretran queria me multar, etc.

“Em toda e qualquer profissão existem os ossos do ofício.”

A princípio eu não estava habilitado para dirigir o caminhão, pois minha carteira de habilitação era “B” – Arrumei um motorista, que na segunda semana já quebrou o diferencial.

Diferencial arrumado e o motorista ganhando por mês; não saía procurar serviços. Usava o caminhão para levar as crianças para a escola, etc.

Ficou por pouco tempo, então arrumei outro motorista mais dedicado, mas esse também não ficou por muito tempo, pois desejava um aumento e eu não poderia pagar. Resumindo; Como eu entregava terra e grama para uma empresa de jardinagens, não poderia perder a freguesia, assim mesmo inabilitado resolvi assumir na boléia.

Já na primeira viagem, vi que aquilo não daria certo para mim.  Na primeira subida forte no contorno sul já perto de Santa Felicidade, não consegui engatar a marcha correta e quebrei o diferencial novamente.  Mandei arrumar para pagamento no final do mês.

Dali a dois dias consegui entregar a terra, que era para ajeitar um campo de futebol e havia chovido no dia anterior.


Sem experiência embalei o caminhão e adentrei no campo, sendo que o mesmo ficou atolado até o eixo traseiro, ficando também inclinado para o lado direito.  A solução era despejar a terra para tentar sair, mas na situação em que estava,  poderia virar o caminhão e o  prejuízo seria maior ainda.  Tive que chamar um guincho, pagando com cheque pré-datado, aumentando assim as contas para o final do mês.

Avisei o motorista que o campo estava encharcado, mas esse nem me deu atenção. O caminhão guincho adentrou no campo, que além de fazer uma “valeta”  também ficou atolado.

A solução que o motorista achou, foi engatar uns cabos de aço em um grande eucalipto e depois de tirar o caminhão guincho do campo, ele tirou o basculante.

Ao invés de receber o valor referente à carga de terra, tive que pagar o guincho e também levar outras cargas para pagar o concerto do campo.



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