A primeira oportunidade surgiu não de comprar uma chácara, mas sim um terreno grande com algumas árvores frutíferas em um pequeno vilarejo na descida da serra na BR. 376 com uma grande casa de madeira e tendo ao fundo o rio bonito.
O lugar era maravilhoso e ótimo tanto para a pesca, como para um banho na água gelada do lindo rio que corria entre as pedras.
A mudança é que foi um sacrifício. Um cunhado chamado Miro, foi quem fez três viagens com uma Kombi antiga de carroceria. Começou bem cedo em um domingo e terminou depois da meia noite. Eu fui na última viagem e descrevo alguns incidentes da mesma:
- Saímos de Curitiba pelas 16 horas; na Kombi estavam eu, meu pai e o Miro. Naquele tempo a BR 376 não era duplicada, e tanto na cabine como na carroceria da Kombi não tinha lugar nem para um mosquito.
- Apesar dos pneus estarem bem calibrados, aparentavam vazios devido ao peso. Tudo ia bem até que furou o primeiro pneu; fato que se repetiu por mais duas vezes. E cada vez que furava um pneu o motorista tinha que mandar remendá-los, pois devido ao estado dos mesmos e o peso com certeza furaria novamente.
- Quando já havia escurecido, furou o pneu traseiro do lado esquerdo. E como paramos em um declive, foi difícil a troca, pois caminhões passavam em alta velocidade bem próximo ao veículo. Por mais que tentássemos não conseguíamos levantar a Kombi o suficiente para colocar o macaco para a devida troca. Quando estávamos quase desistindo e pensando que o único jeito seria retirar a metade da carga para após colocá-la novamente, do lado oposto parou um automóvel e dele saíram três rapazes perguntando se precisávamos de ajuda.
- Explicado a situação, os mesmos nos ajudaram, mas também não estava adiantando muita coisa até que eles também estavam quase desistindo e foi aí que eu propus: - “Vamos tentar pela última vez”, e os cinco homens reuniram todas as forças para que o motorista conseguisse colocar o macaco e assim trocar o pneu.
Graças ao bom Deus, foi à última vez que furou o pneu naquele dia e cansados chegamos à chácara quando já passava do meio da noite.
Como já foi citado, o lugar
era aprazível principalmente para a pesca. Certo dia levantei-me bem cedo e comecei a pescar. Os
lambaris fervilhavam naquele rio, principalmente após as chuvas e naquele dia eu
só parei de pescar quando alcancei a contagem exata de 100 lambaris.
Naquele dia nossa mãe cansou-se de tanto limpar e fritar peixes, pois além de mim outras pessoas pescaram também.
Para visitas era bom, mas o Sr. Wilson não se acostumou muito em morar no local, pois gostava de trabalhar e ali após plantar entre a casa e o rio não tinha mais o que fazer; ainda mais que após uma chuva forte na serra a correnteza do rio levou tudo o que ele havia plantado. E também não havia igreja que ele congregava para prestar os serviços religiosos.
Moravam na casa; ele a esposa e os cincos filhos menores, sendo que a mais velha até chorava para voltar para nossa capital. O Dónis colhia maracujás e goiabas e ia vender na rodovia.
Resumindo a história: Eu e o meu irmão alugarmos um caminhão e mandamos buscar a família novamente e posteriormente vendemos a propriedade.
Fato marcante foi a
composição “bangueloso”, usando a
música do “fuscão preto” que os irmãos e o Serginho compuseram e
cantaram para sua irmã Rute, que já era mocinha e não queria ir para a chácara
de jeito nenhum.
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