sábado, 5 de julho de 2014

Empresta a capa? - História

Quando eu saia passear com o Johnny meu cachorro Rottweiler, geralmente de madrugada, eu via algumas  latas vazias de refrigerantes ou cervejas jogados na rua. Pensei comigo  mesmo:  “Vou começar a ajuntar e depois de vendidas com o dinheiro comprarei DVDs virgens e gravarei hinos evangélicos, vídeos de motivação e história infantis e doarei para os amigos e comecei a colocar em prática”. 

Quando saio com o cachorro, levo junto uma sacola plástica para colocar as latas e peguei gosto pela coisa!   Agora aos domingos saio bem cedo de bicicleta com um cesto e vou até o centro enquanto a cidade ainda dorme.  Além do passeio é uma motivação a mais para queimar o colesterol.

Com o dinheiro das vendas eu já doei mais de 300 DVDs gravados com desenhos bíblicos.

Em um domingo, acordei bem cedo e no silencio da madrugada, só notei que chovia quando saí da porta para fora.  Chovia fraco, mas assim mesmo molhava.  Na garagem, peguei um pacote de ração de cachorro, virei do lado do avesso e com uma pequena tesoura, fiz  um buraco para a cabeça, dois para os braços e vesti por cima da roupa.

Pensei comigo mesmo; “Ninguém vai notar, pois hoje cedo não há quase movimento nas ruas.”

Puro engano!  Quando subia pela Avenida Iguaçu, bem na esquina com  Brigadeiro Franco, agentes da Diretran haviam trancado o cruzamento devido a uma corrida de pedestres.

Lá havia muitas pessoas e muitos carros parados;  alguns motoristas já impacientes buzinavam. Até parecia que todos habitantes da cidade que estavam acordados, se reuniram naquele local.  Um homem berrava do  6º andar do prédio da esquina pelas buzinadas, como se fosse adiantar alguma coisa. Que pena! Em pleno domingo de manhã,  muita gente estressada.

Cheguei com minha bicicleta até a esquina e também tive que esperar.

A chuva tinha parado, mas eu me esqueci de tirar minha capa de “Bob esponja”.


Próximo ao cruzamento, estava parado um ônibus de excursão com vários jovens.  Um deles me vendo, gritou:  - “Tio me empresta a capa?” – risos em atacado no ônibus.


A “capa”  improvisada do saco de ração estava no avesso, mas se olhassem com atenção, poderiam visualizar a figura de um cachorro no peito e o dizer “Special Dog” nas costas.

Se alguém tiver uma capa sobrando pode me doar, que eu aceito!

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