sábado, 5 de julho de 2014

Chapada da Diamantina - História

No dia 12 de março de 2013, eu almoçava em minha casa, quando recebi a ligação de meu sobrinho Emerson, convidando-me novamente para ir até a Bahia.

Disse-me que teria que entregar livros em Feira de Santana e outra cidade perto e sairia no outro dia de madrugada.

A princípio não me entusiasmei tanto, pois já tinha passado por aquela cidade três vezes e apesar de ajudar na direção e descarregar a Van, as despesas pessoais são por minha conta.

Conversei primeiramente com minha esposa e essa me arrumou o dinheiro e após conversar com a diretora do colégio onde trabalho, ela também me liberou, pois eu tinha em haver cinco dias, que havia trabalhado adiantado, para que fosse descontado em ocasiões como essa.

Eu já tinha dado entrada na licença premio de três meses a que tinha direito, mas ainda não tinha obtido resposta do Núcleo de Educação e essa estava prevista apenas para o dia 22 de março e posteriormente quando retornei da viagem, soube que tinham concedido ficando assim disponível para novas viagens.

No mesmo dia, após o expediente do colégio soube que meu sobrinho não sairia mais de madrugada, pois teria que voltar na editora para descarregar algumas caixas, pois tinham carregado uma tonelada a mais da capacidade de carga do veículo; assim começamos a viagem apenas às 10h30m, tendo o Emerson na direção.


Às 17h já na Fernão Dias após a capital de São Paulo, comecei a dirigir o veículo, sendo que dirigi até às 5h da manhã, parando apenas meia hora para jantar.

Enquanto dirigia, o Emerson dormia no banco ao lado, sendo que foi acordado por duas vezes quando entrei em posto de combustível, para que ele comprasse crédito para seu celular.

Em uma das paradas, mostrei-lhe que já estávamos com pouco combustível e perguntei-lhe se daria para chegar até Montes Claros MG, onde previa chegar às 6h da manhã. Ele respondeu-me que dava para chegar tranquilo, mas quando era quase 5h o dispositivo que informava que o combustível já estava na reserva disparou, acordando o Emerson. 

Como estávamos em um lugar deserto, torcemos para que os litros da reserva do tanque fossem suficientes para chegarmos até um posto de combustível. E mesmo que estivesse fechado, teríamos que aguardar para não ficarmos à margem da rodovia.

Após alguns quilômetros conseguimos chegar a um posto, mas como o frentista não estava no momento, fui até a lanchonete tomar informações e o atendente me disse para chamá-lo em um barracão nos fundos, que ele estava tirando uma soneca, mas nos atenderia.

Com o tanque cheio, continuamos a viagem tendo o Emerson na direção, sendo que almoçamos em Vitória da Conquista BA e rodamos 1880 quilômetros diretos em apenas 26hs, sendo que paramos apenas meia hora para o jantar e dormi menos de uma hora.


Perto de Jequié o Emerson parou a Van e entregou uns fardos de roupas para umas famílias necessitadas que moram à beira da rodovia. Nesta viagem não levamos mantimentos, pois tínhamos urgência em entregar os livros e não houve tempo suficiente para arrumá-los.

Nessa viagem, notei uma mudança radical nas paisagens daquelas regiões; pois um mês antes quando fui até Senhor do Bonfim BA, a terra estava muito seca. Não havia quase plantas, pois nesse ano o sertão nordestino sofreu uma das piores estiagens, mas com a vinda da tão abençoada chuva, a relva deu sinal de vida e começou a prevalecer o verde.

Conforme informações, a chuva chegou com atraso e bem abaixo do normal, tanto é que já se podia ver açudes secos e alguns rios sem água.

Lá pelas 18hs chegamos em Itatim BA no posto Irmão Caminhoneiro e após contato com o contratante, ficou marcado que a entrega em Feira de Santana seria efetuada apenas no dia seguinte às 8hs, pois naquele dia não teria ninguém para receber os livros e assim pernoitamos naquele posto e reencontramos o amigo Bernardo que alegrou-se muito com nossa presença.

No que amanheceu o dia, continuamos viagem chegando às 8hs em Feira de Santana, onde descarregamos parte dos livros, sendo que o restante teríamos que entregar em Mirangaba BA que distava aproximadamente 300 quilômetros de onde estávamos.    

Tendo eu na direção, recomeçamos a viagem em um ritmo mais rápido, pois esperávamos entregar a carga antes do almoço, senão teríamos que esperar uma hora e meia para efetuar a entrega. Chegamos à Prefeitura da referida cidade exatamente às 11h55m, ou seja; 5 minutos antes de encerrar o expediente da manhã. Um funcionário que já estava saindo para o almoço, prontamente recebeu as 70 caixas, deixando-nos livre para o retorno, pois teríamos mais 2650 quilômetros para percorrer.


Após almoçarmos, seguimos viagem rumo à Brasília, pensando em passar pela Chapada Diamantina, sendo que já perto do entardecer passamos pela cidade de Iraquara e paramos no posto Siga Bem já próximo a cidade de Seabra BA, para pernoitar e passar o sábado, sendo um ótimo posto com toda infraestrutura

No que amanheceu o dia, falei para o Emerson que iria até a Igreja Adventista em Seabra, que distava quatro quilômetros de onde estávamos.

O Emerson não quis ir, mas prontificou-se em levar-me até lá, mas eu disse que não precisava e exatamente às 8h comecei a caminhar na rodovia, os quatro quilômetros em direção à referida cidade.

No que comecei a caminhar, vi um caminhão tanque de gasolina que tinha caído de madrugada em uma barroca bem perto do posto, ficando apenas o cavalinho no asfalto.


Pensei comigo mesmo; devido ao cansaço, dormira como uma pedra, pois não ouvi o barulho da queda, sendo que quando voltei da igreja, técnicos já tinham transferido o combustível para outro caminhão tanque e guinchos já o rebocavam, tendo perto outro caminhão do corpo de bombeiros para combater um eventual incêndio.

Seguindo instruções, exatamente às 8h55m cheguei à igreja e fui bem recebido e passei momentos alegres, junto aos membros daquela comunidade.

Após o culto, quando voltava em direção ao posto, com o sol queimando os miolos, vi um ônibus antigo parado, onde subiam alguns passageiros e verifiquei que ele faria o itinerário Seabra à Irecê. Certifiquei-me com o motorista que passaria pelo posto Siga Bem, paguei a passagem e dentro do ônibus encontrei um rapaz que vira na igreja e comecei a conversar com ele. Soube que morava em Iraquara e se chamava Vicente e há um ano ia todos os sábados naquela igreja, pois onde mora não tem adventistas.        

Como ele mora e conhece bem a região, informou seu endereço e prontificou-se em acompanhar-nos para passeios em alguns pontos turísticos da região.


Após comermos algumas frutas, eu e o Emerson fomos buscar o Vicente em Iraquara e ele nos acompanhou até a gruta Lapa Doce, onde ficamos maravilhados com os caprichos da natureza.

A Lapa Doce faz parte de um complexo de cavernas calcárias e está no município de Iraquara. A entrada é feita através de uma dolina (depressão externa formada por erosão de material calcário). A visitação é permitida com grupos de no máximo 12 pessoas, acompanhadas sempre por guia. Na gruta da Lapa Doce são encontradas formações de rara beleza, inclusive o efeito sobre um espeleotema (formação de caverna) provocado pelo desmatamento na superfície, que permite a entrada de água com argila. O resultado são tons avermelhados em contraste com o branco da calcita.


É uma região com várias cavernas, mas apenas seis estão disponibilizadas para visitas. A travessia da Lapa Doce são 850 metros caminhando por baixo da terra. É um lugar deslumbrante com temperatura muito aquém daquela do exterior da caverna. Dentro da gruta vimos muitas estalactites e estalagmites, onde conforme informações levaram até séculos para se formarem.


Bem no meio da travessia, o guia pediu para que todos apagassem as lanternas ficássemos em silencio; e foram minutos indescritíveis.

Naquele local foram filmadas algumas cenas de novelas brasileiras e também é tomado um cuidado extremo pela preservação do local. Conforme informações do guia, os responsáveis pela administração estão pensando em pedir para as autoridades constituintes em desviar a rota da rodovia para não afetar o meio ambiente, pois às vezes quando passam carretas pela mesma, algumas pedras desprendem das cavernas.

Disse também que já foi guia de expedições noturnas, mas agora não é mais permitido para não afetar a fauna da região, tais como morcegos e grilos.


Informou também que caminhamos apenas 850 metros por baixo da terra, mas existem 14 quilômetros de cavernas mapeadas e aproximadamente 41 quilômetros que ainda estão sendo estudadas por espeleólogos da USP.

Terminada a visita, levamos o Vicente novamente até sua casa e sua mãe ofereceu-nos água limpa e sem cloro tirada da cacimba. Informou-nos também que a mesma tem capacidade para 53.000 litros e nunca faltou água, pois ela foi cheia da água transferida de um poço artesiano, de 170 metros de profundidade, que o prefeito da cidade conseguiu com recursos do governo federal para o povo da região.

Contou-nos também que colocou alevinos de tilápias para que a água ficasse sempre limpa. Agora cresceram, e às vezes até pescam na cacimba.  

Aproveitou também o período das chuvas e cultivou em sua terra, várias espécies de verduras, flores e remédios.

No entardecer recomeçamos a viagem em direção à Brasília e após jantarmos em um restaurante, pernoitamos em num posto de combustível em Ibotiranga BA, cidade às margens do rio São Francisco. 

Enquanto viajávamos achei um fato estranho, pois podíamos ver a lua minguante já alto do céu a noroeste por onde seguíamos, pois a rodovia geralmente era de longas retas. Normalmente a lua surge no horizonte e segue seu caminho desaparecendo no lado oposto do firmamento. Só que naquela noite ela começou a descer fazendo um semicírculo, desaparecendo afinal no horizonte à direita por onde seguíamos.     

O que marcou na noite, foi que enquanto o Emerson dormia no interior da van, eu que dormia na parte da frente, acordei devido ao calor e já fora da mesma, por horas fiquei olhando o céu estrelado, pois acabou a energia elétrica do posto de combustível, então não havia luzes artificiais, que atrapalhassem aqueles momentos de meditação.


No amanhecer tendo eu na direção, começamos a viagem com destino a Barreiras BA, atravessando logo em seguida o majestoso rio São Francisco em uma ponte que tem 1045 metros de extensão.

A partir dali a paisagem começou a mudar, pois na região a chuva é mais constante; então na rodovia que quase sempre era de imensas retas, atravessando plantações de sojas, algodão e milho que se perdiam de vista para ambos os lados. Realmente moramos em um país abençoado, mas infelizmente muitos não dão valor.

Entrando no estado de Goiás, almoçamos em um restaurante e após rodarmos o dia inteiro, lá pelas 23 horas pernoitamos em um posto na cidade de Lençóis MG.

No outro dia cedo recomeçamos viagem, tendo o Emerson dirigido a maior parte do tempo e chegamos finalmente em Curitiba pelas 17 horas.
Quando estávamos na Bahia, assistimos em noticiários de televisão que as chuvas castigavam o estado de São Paulo e Minas Gerais, inclusive muitos municípios do estado mineiro declararam estado de emergência. Só que fomos mais rápidos que a chuva, pois só em Vitória da Conquista BA fomos surpreendidos por uma chuva fraca, que logo parou e apenas quando estávamos em Carambeí no Paraná, é que trafegamos com um pouco de chuva que nos acompanhou até Curitiba

Um comentário:

  1. CRISTO VEM PREPARA-TE!

    LUCAS 21:25 e 26 – E haverá sinais no sol e na lua e nas estrelas; e na terra angústia das nações, em perplexidade pelo bramido do mar e das ondas. Homens desmaiando de terror, na expectação das coisas que sobrevirão ao mundo; porquanto as virtudes do céu serão abaladas.
    LUCAS 21:11 – E haverá em vários lugares grandes terremotos, e fomes e pestilências; haverá também coisas espantosas, e grandes sinais do céu.
    II TIMÓTEO 3:1 a 4 – Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos.
    Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te.

    MATEUS 24:14 – E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim.
    APOCALIPSE 1:7 – “Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até quantos o transpassaram. E todas as tribos da terra se lamentarão sobre Ele.”
    ISAÍAS 25:8 e 9 – Tragará a morte para sempre, e, assim, enxugará o Senhor Deus as lágrimas de todos os rostos, e tirará de toda a terra o opróbrio do seu povo, porque o Senhor falou.
    Naquele dia, se dirá: Eis que este é o nosso Deus, em quem esperávamos, e Ele nos salvará; este é o Senhor, a quem aguardávamos; na sua salvação exultaremos e nos alegraremos.

    APOCALIPSE 6:12 a 17 E, havendo aberto o sexto selo, olhei, e eis que houve um grande tremor de terra; e o sol tornou-se negro como saco de cilício, e a lua tornou-se como sangue;
    E as estrelas do céu caíram sobre a terra, como quando a figueira lança de si os seus figos verdes, abalada por um vento forte.
    E o céu retirou-se como um livro que se enrola; e todos os montes e ilhas foram removidos dos seus lugares.
    E os reis da terra, e os grandes, e os ricos, e os tribunos, e os poderosos, e todo o servo, e todo o livre, se esconderam nas cavernas e nas rochas das montanhas;
    E diziam aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós, e escondei-nos do rosto daquele que está assentado sobre o trono, e da ira do Cordeiro;
    Porque é vindo o grande dia da sua ira; e quem poderá subsistir.

    JOÃO 14:23 – Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar.
    E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também.

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